Memorando marca nova fase de cooperação econômica entre os dois países, mesmo após tensões diplomáticas
EUA e Ucrânia fecham acordo de minerais: Apesar das recentes tensões entre os presidentes Donald Trump e Volodymyr Zelensky, Estados Unidos e Ucrânia assinaram um memorando de intenções nesta quarta-feira (17) visando um robusto acordo de cooperação na exploração de minerais críticos em solo ucraniano. A assinatura representa um esforço geopolítico conjunto em meio à guerra e à reconstrução do país devastado.
Segundo o Ministério da Economia da Ucrânia, o memorando é o primeiro passo para um pacto econômico mais amplo, que deverá ser finalizado até 26 de abril de 2025. O acordo envolve o acesso dos EUA a reservas estratégicas ucranianas de lítio, terras raras, grafite, titânio e urânio — recursos cada vez mais disputados globalmente.
Encontro anterior entre Trump e Zelensky terminou em clima tenso
As tratativas quase foram interrompidas após uma reunião turbulenta no Salão Oval, em fevereiro de 2025. Trump teria se irritado com a recusa de Zelensky em aceitar um acordo sem garantias militares mais robustas. O encontro terminou abruptamente e reacendeu antigas divergências políticas entre os dois líderes, remontando à época do impeachment de Trump em 2019, no qual Zelensky foi figura indireta.
Apesar das divergências, diplomatas dos dois países conseguiram contornar os impasses e restabelecer o diálogo, culminando no atual memorando assinado em Washington, D.C.
EUA querem acesso a recursos e Ucrânia quer reconstrução
O memorando prevê, além da exploração mineral, a criação de um fundo conjunto de investimentos voltado para a reconstrução da Ucrânia. O país vem buscando aliados econômicos que não apenas forneçam armamentos, mas também ajudem em infraestrutura, energia e desenvolvimento industrial sustentável.
De acordo com a Reuters, o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, viajará a Washington na próxima semana para aprofundar as discussões com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.
Rússia reage com desconfiança
Enquanto isso, o Kremlin observou com cautela os avanços diplomáticos entre Washington e Kiev. Um porta-voz do governo russo declarou que “os recursos da Ucrânia estão sendo leiloados em plena guerra”, reforçando a narrativa de que o Ocidente lucra com o conflito. Internautas russos e ucranianos debatem se o acordo realmente favorece a independência do país ou o torna ainda mais dependente das potências ocidentais.
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