Tecnologia invadindo a folia: segurança ou vigilância excessiva?
Cão-robô monitora blocos no carnaval: A Prefeitura de São Paulo anunciou o uso do “Smart Dog”, um cão-robô equipado com tecnologia de monitoramento avançada, para reforçar a segurança durante o carnaval. O equipamento já começou a ser testado nos maiores blocos da cidade e tem gerado grande discussão nas redes sociais.
Mas afinal, trata-se de uma medida necessária ou estamos caminhando para uma vigilância em massa disfarçada de segurança pública?
Como funciona o Smart Dog no carnaval?
O robô pertence à Guarda Civil Metropolitana (GCM) e conta com câmeras de alta resolução, transmissão em tempo real e reconhecimento facial. Ele é operado remotamente por agentes posicionados a até 300 metros de distância, permitindo que a prefeitura monitore multidões sem a presença física de policiais no meio dos foliões.
Segundo informações da Secretaria de Segurança, o objetivo é identificar pessoas procuradas pela Justiça, localizar desaparecidos e evitar tumultos. Além do cão-robô, o esquema de segurança também conta com:
- 23 mil câmeras de monitoramento espalhadas pela cidade;
- 20 drones sobrevoando os blocos com maior concentração de pessoas;
- Aumento de 30% no efetivo da GCM, totalizando mais de 5 mil agentes.
Discussão nas redes sociais: monitoramento excessivo?
A implementação do Smart Dog gerou debates acalorados nas redes sociais. Enquanto alguns foliões veem a tecnologia como um reforço positivo para a segurança, outros criticam a iniciativa, alegando riscos para a privacidade e possíveis abusos de monitoramento.
“Se estão usando isso no carnaval, o que impede de expandirem para outros eventos?” questionou um usuário do Twitter.
Ativistas dos direitos digitais também levantaram preocupações sobre o uso de reconhecimento facial em espaços públicos sem consentimento. O Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC) alertou que esse tipo de tecnologia pode levar à coleta indevida de dados pessoais.
O que dizem as autoridades?
A Prefeitura de São Paulo defende o uso do Smart Dog como uma “ferramenta inovadora para garantir a segurança pública” e alega que todas as imagens captadas serão utilizadas exclusivamente para fins de monitoramento e prevenção de crimes.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou:
“O Smart Dog não substitui a presença policial e nem é utilizado para rastrear indivíduos sem motivação legal. Ele é um reforço tecnológico para manter o carnaval seguro para todos.”
No entanto, a falta de transparência sobre como os dados serão armazenados e usados a longo prazo preocupa especialistas.
O futuro da segurança pública: evolução ou risco?
Com o avanço das tecnologias de vigilância, é possível que mais cidades adotem medidas semelhantes. O desafio, segundo especialistas, é encontrar um equilíbrio entre segurança e direito à privacidade.
A população estará disposta a aceitar câmeras e robôs patrulhando eventos festivos em nome da segurança? Ou veremos uma crescente resistência a medidas de monitoramento em massa?
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