Uma Proposta que Divide o Brasil
Erika Hilton protocola PEC para fim da escala 6×1: A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) está no centro de um debate nacional que pode mudar a vida de milhões de trabalhadores. Em 25 de fevereiro de 2025, ela protocolou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) na Câmara dos Deputados para acabar com a tradicional escala 6×1 — seis dias de trabalho por um de descanso — e substituí-la por uma jornada 4×3, com quatro dias de trabalho e três de folga. Mas será que essa ideia tem chance de virar realidade? Confira os detalhes.
O Que Está em Jogo
A chamada “PEC da Escala 4×3” quer revolucionar a rotina trabalhista no Brasil, reduzindo a carga semanal e garantindo mais tempo de descanso. Erika defende que a escala atual é exaustiva e prejudica a saúde física e mental dos trabalhadores. A proposta já nasceu com força: conseguiu 234 assinaturas de deputados, superando com folga o mínimo de 171 exigido para tramitar.
O Caminho Até Aqui
A ideia ganhou corpo em 2024, impulsionada por uma petição online do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que coletou mais de 2,3 milhões de assinaturas. Erika Hilton abraçou a causa e, em novembro do ano passado, começou a articular o texto da PEC. Agora, em 2025, a proposta está oficialmente na Câmara, pronta para enfrentar um longo processo legislativo.
Resistência no Congresso
Nem tudo são flores. A PEC precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), atualmente presidida por Caroline de Toni (PL-SC), de um partido que historicamente resiste a pautas progressistas. Se aprovada ali, ainda enfrenta uma comissão especial e duas votações no plenário, exigindo 308 votos em cada uma. No Senado, o desafio se repete.
Impactos e Expectativas
Se aprovada, a escala 4×3 poderia afetar cerca de 50 milhões de trabalhadores formais no Brasil, segundo estimativas baseadas em dados do IBGE de 2023. Estudos internacionais, como os da Islândia, mostram que jornadas reduzidas podem aumentar a produtividade em até 40%. Mas no Brasil, a falta de análises econômicas locais preocupa especialistas.
O Que Dizem as Redes
Nas redes sociais, o tema é febre. Alguns chamam a proposta de “sonho dos trabalhadores”, enquanto outros a veem como “utopia inviável”. Há especulações de que o governo Lula poderia usar a PEC como bandeira eleitoral para 2026, mas até agora o Planalto mantém cautela, sem se comprometer.
Vozes Oficiais no Debate
Erika Hilton declarou: “É hora de priorizar a dignidade humana acima do lucro desenfreado”. Já o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse em novembro de 2024 que prefere negociar jornadas via acordos coletivos, não por lei. No Congresso, Hugo Motta (Republicanos-PB) já avisou que não vê clima para avançar com a proposta.
Números que Impressionam
A petição de apoio à PEC soma 2,3 milhões de assinaturas, mas uma pesquisa da CNT/MDA de 2024 mostrou que apenas 38% dos brasileiros apoiam jornadas menores sem corte de salário. O embate entre apoio popular e viabilidade política segue aberto.
Um Futuro Incerto
A luta de Erika Hilton reacende o debate sobre o equilíbrio entre trabalho e descanso no Brasil. Enquanto a PEC avança lentamente, trabalhadores e empresas aguardam para saber se o 6×1 está com os dias contados ou se o 4×3 ficará só no papel.