Polícia alerta para riscos de publicações em redes sociais que podem ser interpretadas por criminosos
Jovem morto gesto facção: A morte de Kaik Rener Marques Pereira, de 20 anos, em Manaus, chocou familiares e moradores da região após as investigações revelarem que a vítima teria sido sequestrada, torturada e executada por faccionados. O motivo? Uma foto publicada em sua rede social onde ele fazia um gesto que foi interpretado como símbolo de uma facção criminosa rival.
A polícia confirmou que Kaik não possuía envolvimento com o crime organizado, mas isso não impediu que fosse alvo de criminosos, que o acusaram de fazer parte de um grupo rival. O caso acendeu um alerta para os perigos da internet e a influência das facções no controle de territórios urbanos.
O que aconteceu?
De acordo com informações da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), Kaik foi abordado por criminosos que exigiram acesso ao seu celular. Durante a checagem, encontraram uma foto onde ele fazia um gesto com as mãos, que foi associado a um grupo criminoso local.
Mesmo sem histórico criminal, os criminosos decidiram sequestrá-lo, torturá-lo e, posteriormente, executá-lo. O corpo do jovem foi encontrado em uma área de mata na zona Norte de Manaus.
O delegado responsável pelo caso, Guilherme Torres, afirmou que essa não é a primeira vez que jovens são executados por facções devido a postagens em redes sociais. Ele reforça que é essencial ter cuidado com os gestos e símbolos exibidos em fotos, já que algumas imagens podem ser interpretadas erroneamente por criminosos.
Facções monitoram redes sociais?
Segundo as autoridades, facções criminosas monitoram constantemente as redes sociais, buscando identificar possíveis rivais ou pessoas que possam ser associadas a grupos adversários. Fotos com certos gestos, uso de cores específicas e até postagens sobre bairros dominados por facções podem ser motivos para represálias.
Casos semelhantes já ocorreram em outros estados do Brasil, como no Ceará, onde um adolescente de 16 anos foi assassinado após publicar uma foto sem saber que o gesto feito por ele representava uma facção criminosa da região.
O delegado Guilherme Torres alerta:
“Infelizmente, estamos vivendo um momento em que criminosos controlam determinadas áreas e impõem regras próprias. Aconselhamos que os jovens evitem fazer certos gestos e publicar conteúdos que possam ser mal interpretados.”
Como evitar esse tipo de situação?
Especialistas em segurança recomendam que os pais e responsáveis orientem os jovens sobre os riscos de exposição na internet, especialmente em cidades onde há forte presença de grupos criminosos.
✔ Evite publicar fotos com gestos de mãos – Algumas facções adotam sinais específicos que podem ser mal interpretados.
✔ Cuidado com postagens sobre locais dominados pelo crime – Publicações mencionando certos bairros podem sugerir vínculos com criminosos.
✔ Não interaja com perfis suspeitos – Evite aceitar pedidos de amizade ou responder mensagens de desconhecidos em redes sociais.
✔ Seja discreto ao compartilhar sua rotina – Informações sobre locais frequentados podem ser usadas por criminosos.
O que dizem as autoridades?
A Polícia Civil do Amazonas segue investigando o caso e busca identificar os responsáveis pelo crime. Segundo as autoridades, a população precisa estar ciente do controle territorial imposto por facções e evitar ações que possam ser mal interpretadas pelos criminosos.
O Ministério Público e o Conselho Tutelar também reforçaram a necessidade de campanhas educativas para alertar a juventude sobre os perigos das redes sociais.
A polícia pede que denúncias anônimas sobre o crime sejam feitas pelo número 181, garantindo sigilo absoluto.