Brasileiros divididos: pesquisa mostra diferenças políticas entre classes sociais
Pesquisa Quaest politica Brasil: Um estudo realizado pelo instituto Quaest, divulgado em 16 de fevereiro de 2025, revelou que a identificação política dos brasileiros varia de acordo com a renda. A pesquisa entrevistou 2.000 pessoas em todo o país, apontando que os mais pobres tendem a apoiar Lula e o PT, enquanto a direita tem maior adesão entre as classes média e alta.
Além disso, o levantamento indica que o desinteresse por política diminui conforme a renda aumenta, e que grande parte dos brasileiros ainda não se identifica com nenhuma corrente ideológica específica.
Resultados da pesquisa: como cada classe social se posiciona politicamente
O estudo revelou dados significativos sobre a distribuição das preferências políticas no Brasil:
Classe baixa
- 28% se identificam como lulistas ou petistas.
- 11% se dizem de esquerda, mas sem ligação direta com Lula.
- 9% se consideram bolsonaristas.
- 14% se veem como direita não bolsonarista.
- 31% afirmam não ter posicionamento político definido.
Classe média
- 16% se dizem lulistas ou petistas.
- 15% se identificam como esquerdistas em geral.
- 12% se consideram bolsonaristas.
- 22% apoiam a direita não bolsonarista.
- 32% não têm posicionamento político.
Classe alta
- 12% apoiam Lula ou o PT.
- 16% se identificam como esquerdistas.
- 14% são bolsonaristas.
- 29% se veem como direita não bolsonarista.
- 27% não possuem afiliações políticas declaradas.
Os dados mostram que, embora a direita cresça entre os mais ricos, nem todos os direitistas se identificam com o bolsonarismo.
Interesse por política cresce com a renda
Outro ponto importante da pesquisa foi a análise do interesse da população por política. O estudo mostra que o desinteresse é maior entre os mais pobres:
- 38% da classe baixa afirmam não se interessar por política.
- 28% da classe média demonstram falta de interesse.
- 21% da classe alta dizem não acompanhar o cenário político.
Isso sugere que o nível socioeconômico pode influenciar o engajamento cívico e a participação em debates políticos.
Liberdade de expressão e confiança nas instituições
O levantamento da Quaest também investigou a opinião dos brasileiros sobre liberdade de expressão e confiança em instituições públicas:
- 64% dos mais pobres acreditam que as pessoas devem ter o direito de se expressar livremente, mesmo que de forma ofensiva. Esse número cai para 59% na classe média e 56% entre os mais ricos.
- As igrejas (católica e evangélica) são as instituições com maior índice de confiança, com mais de 68% de aprovação em todas as classes sociais.
- Os militares são bem avaliados, especialmente pela classe média (71%).
- O Congresso Nacional tem a maior rejeição, sendo visto com desconfiança por 55% da classe alta e 50% da classe baixa.
Esses números reforçam a ideia de que, apesar das diferenças ideológicas entre as classes, há uma desconfiança generalizada nas instituições políticas.
O que a pesquisa revela sobre o Brasil de hoje?
Os dados da Quaest mostram que a política brasileira continua altamente polarizada, mas que nem toda a população está engajada em um lado específico.
O lulismo segue sendo mais forte entre os mais pobres, enquanto a direita tem maior presença nas classes média e alta. No entanto, a pesquisa aponta que uma grande parcela da população ainda não tem posicionamento político definido, o que pode ser um fator decisivo nas próximas eleições.
A pesquisa também indica que a confiança nas instituições é baixa e que o interesse por política cresce conforme a renda, sugerindo que o nível socioeconômico pode desempenhar um papel fundamental na forma como os brasileiros se envolvem e percebem o cenário político nacional.
Veja também: Alerta no Planalto: Aprovação de Lula Cai Drasticamente Entre seus Eleitores