Avião de deportados dos EUA pousa em Manaus devido a problemas técnicos
Na última sexta-feira (24), uma aeronave transportando 158 deportados dos Estados Unidos, incluindo 88 brasileiros, precisou fazer um pouso técnico no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, devido a problemas mecânicos. O voo, que tinha como destino Belo Horizonte, foi retomado neste sábado (25), quando a Força Aérea Brasileira (FAB) assumiu a operação para garantir o transporte dos deportados ao Brasil.
Apesar de especulações iniciais, foi confirmado que o voo não está relacionado às novas medidas de deportação implementadas pela administração do presidente Donald Trump. Muitos dos passageiros já estavam detidos nos Estados Unidos antes da posse de Trump, em 20 de janeiro de 2025.
De acordo com o Itamaraty, o voo faz parte de um acordo firmado em 2017, durante o governo de Michel Temer, que regula a deportação de brasileiros em situação irregular após o esgotamento dos recursos legais disponíveis.
Ação coordenada e acolhimento em Manaus
Após o pouso técnico em Manaus, os passageiros foram acomodados em uma área isolada do aeroporto, onde receberam alimentação, colchões e assistência médica. A FAB enviou uma aeronave modelo KC-30 para transportar os deportados de Manaus para o Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte.
A chegada ocorreu às 21h10 deste sábado (25), segundo informações da Força Aérea Brasileira. O transporte foi supervisionado por representantes do governo federal, incluindo autoridades do Ministério da Justiça e da Polícia Federal.
Deportações contínuas e impacto nas comunidades
Embora a intensificação das políticas migratórias nos Estados Unidos tenha gerado preocupação, a operação não representa uma mudança nas práticas estabelecidas. Entre janeiro de 2023 e janeiro de 2025, durante o governo de Joe Biden, foram realizados 32 voos fretados, deportando 3.660 brasileiros.
A operação atual segue protocolos bilaterais e visa garantir que o retorno dos brasileiros ocorra de maneira digna. No entanto, relatos de imigrantes apontam para as dificuldades enfrentadas no processo, como a impossibilidade de recuperar pertences pessoais antes da deportação.
O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, solicitou explicações às autoridades norte-americanas sobre o tratamento dispensado aos deportados durante o processo de repatriação.
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