Fim da Cidadania Automática Despertou Apreensão entre Brasileiros nos EUA
Trump e Fim da Cidadania Automática: O presidente Donald Trump, logo após sua posse em 20 de janeiro de 2025, assinou uma ordem executiva que visa terminar com o direito à cidadania automática para crianças nascidas nos Estados Unidos de pais estrangeiros, incluindo aqueles que estão no país temporariamente. Esta decisão afeta diretamente o chamado “turismo de nascimento”, uma prática comum entre brasileiros e outros estrangeiros.
Histórias de Esperança e Incerteza
Lavínia Naue, uma arquiteta brasileira de 26 anos, viajou de Santa Catarina para a Flórida com o objetivo de dar à luz sua filha, Lívia, e voltar ao Brasil com um passaporte americano para ela. Planejando o nascimento para 20 de fevereiro de 2025, Lavínia e seu marido esperavam garantir a dupla cidadania de Lívia para abrir portas no futuro. “Estamos apreensivos, mas acreditamos que a Justiça pode reverter isso”, comentou Lavínia, refletindo o sentimento de muitos.
Impacto da Ordem Executiva
A ordem executiva de Trump, que entra em vigor em 20 de fevereiro, não só afeta turistas grávidas, mas também imigrantes indocumentados e aqueles com vistos temporários, colocando um fim abrupto ao que era visto como uma porta para a cidadania americana. A medida enfrenta desafios legais imediatos, com grupos de direitos civis e estados liderados por democratas já movendo ações legais para bloqueá-la.
Indústria Afetada
Empresas como a Ser Mamãe em Miami, especializada em facilitar partos nos EUA para estrangeiras, agora enfrentam um futuro incerto. Fundada pelo pediatra Wladimir Lorentz, a empresa ajudava cerca de 250 mulheres grávidas por ano, com uma grande porcentagem sendo brasileiras. “Estamos tentando tranquilizar nossos clientes, mas a preocupação é evidente”, disse Lorentz, reconhecendo o impacto econômico e emocional da nova regra.
Debate Jurídico e Constitucional
A cidadania por direito de solo, ou “jus soli”, está enraizada na 14ª Emenda da Constituição dos EUA, garantindo a cidadania a qualquer pessoa nascida no território americano. A interpretação de Trump sobre esta emenda como exclusiva a filhos de cidadãos ou residentes permanentes é contestada por especialistas legais, que argumentam que tal mudança só poderia ser feita através de uma emenda constitucional, um processo complexo e improvável no clima político atual.
Reações e Perspectivas
A comunidade jurídica e ativistas pelos direitos civis veem a ação de Trump como um desafio direto à interpretação de longa data da Constituição, prevendo uma longa batalha judicial que pode chegar até a Suprema Corte. Procuradores-gerais de vários estados já estão mobilizando esforços para impedir a implementação da ordem.
Imigração e Futuro
Com a Flórida abrigando uma das maiores populações brasileiras nos EUA, a mudança na política de cidadania pode ter implicações de longo alcance para a comunidade brasileira e outros grupos imigrantes. A incerteza sobre como isso afetará o processo de aquisição de vistos e as práticas de imigração em cadeia continua a ser um ponto de discussão.