Investigações ligam suspeita a olheiro do PCC e apontam conexão com tráfico de drogas
Modelo e PMs presos por morte de Delator: Nesta quinta-feira (16), a Polícia Civil prendeu uma modelo de 28 anos, identificada como Jacqueline Moreira, durante uma operação que investiga a morte do empresário Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC). O crime ocorreu em novembro de 2024 no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Jacqueline é apontada pela polícia como namorada de Kauê do Amaral Coelho, considerado o “olheiro” que avisou os atiradores sobre a chegada de Gritzbach ao aeroporto. Em depoimento, ela negou ter qualquer envolvimento amoroso ou participação no crime, alegando que o encontro com Kauê foi casual.
Relação com o olheiro e tráfico de drogas
De acordo com a delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), evidências obtidas por meio da quebra de sigilo telefônico e registros de localização colocam Jacqueline próxima a Kauê nos dias que antecederam o crime.
“Após o crime, Kauê foi para a casa dela. Em seguida, eles foram para um motel, onde passaram a noite. No dia seguinte, ele entregou o celular a ela antes de desaparecer,” explicou a delegada.
Além disso, a investigação encontrou indícios de que Jacqueline estaria envolvida no tráfico de drogas. Segundo a delegada, uma entrega de entorpecentes foi flagrada e conectada à modelo.
“Ela tem participação comprovada no tráfico, tanto no favorecimento de Kauê quanto em outras atividades,” completou Ivalda.
Prisões de policiais militares
A operação desta quinta também resultou na prisão de 15 policiais militares, suspeitos de envolvimento no assassinato de Gritzbach. Entre eles está o PM da ativa Denis Antonio Martins, acusado de realizar os disparos contra o empresário.
Os policiais presos faziam parte do núcleo de segurança privada de Gritzbach. Ao menos cinco deles integraram o Primeiro Batalhão de Polícia de Choque (Rota), tropa de elite da PM de São Paulo.
Investigações e desafios
As investigações apontam para a possível colaboração entre policiais e membros do PCC no planejamento e execução do crime. O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que as autoridades utilizam ferramentas de inteligência, como quebra de sigilo telefônico e monitoramento por antenas celulares, para identificar os envolvidos.
“Com essas ferramentas, conseguimos posicionar o acusado na cena do crime. Uma série de fatores comprovou sua participação,” declarou Derrite.
Kauê, apontado como o olheiro do PCC, segue foragido. A polícia acredita que ele deixou o Rio de Janeiro e retornou a São Paulo, mas sua localização atual ainda é desconhecida.
Nomes dos policiais presos na operação
A seguir, a lista dos policiais militares presos:
- Abraão Pereira Santana
- Adolfo Oliveira Chagas
- Alef de Oliveira Moura
- Denis Antonio Martins
- Erick Brian Galioni
- Giovanni de Oliveira Garcia
- Jefferson Silva Marques de Souza
- Julio Cesar Scarlett Barbini
- Leandro Ortiz
- Leonardo Cherry Souza
- Romarks Cesar Ferreira Lima
- Samuel Tillvitz da Luz
- Talles Rodrigues Ribeiro
- Thiago Maschion Angelim da Silva
- Wagner de Lima Compri Eicardi
Impacto e continuidade das investigações
A operação deflagrada pela Corregedoria da Polícia Militar e a Polícia Civil busca aprofundar as investigações sobre o envolvimento de agentes de segurança com o crime organizado. As autoridades continuam trabalhando para identificar os mandantes do assassinato e desarticular a rede criminosa ligada ao PCC.