Correção do salário mínimo e impacto no orçamento público
Salário mínimo sobe para R$ 1.518: Aumento de R$ 106 garante reajuste acima da inflação, mas mudanças geram perda mensal de R$ 10
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se prepara para publicar, nos próximos dias, um decreto que corrigirá o salário mínimo em 2025. Segundo interlocutores do governo, o valor passará de R$ 1.412 para R$ 1.518, um aumento de 7,5%, que inclui reajuste acima da inflação. A medida, que entrará em vigor em janeiro, será aplicada aos pagamentos realizados a partir de fevereiro.
O cálculo do novo valor já considera a fórmula aprovada no pacote de corte de gastos, que limita o crescimento do salário mínimo a 2,5% além da inflação. Por essa regra, o valor final foi arredondado para R$ 1.518. Se mantida a fórmula anterior, que considerava o crescimento do PIB de dois anos antes (3,2%), o salário mínimo seria de R$ 1.528, representando uma perda de R$ 10 por mês para os trabalhadores.
Mudanças reduzem despesas, mas afetam benefícios e economia
Governo estima economia de R$ 4 bilhões em 2025
A nova fórmula para o reajuste do salário mínimo deve gerar uma economia de cerca de R$ 4 bilhões em 2025, uma vez que o mínimo é utilizado como referência para o pagamento de aposentadorias, pensões e benefícios sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Cada R$ 1 de aumento no salário mínimo implica em uma despesa adicional de R$ 392 milhões ao governo. A mudança também deve impactar os anos seguintes, com uma economia acumulada de R$ 110 bilhões até 2030, segundo estimativas.
Salário mínimo influencia 59,3 milhões de brasileiros
Impactos vão além dos trabalhadores formais
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve como referência para 59,3 milhões de pessoas no Brasil, incluindo trabalhadores formais, aposentados e beneficiários de programas sociais.
A organização aponta que o pacote fiscal aprovado pelo Congresso deve trazer impactos significativos à economia, reduzindo o poder de compra e afetando o consumo das famílias, um dos principais motores do crescimento econômico.
“O consumo de bens e serviços tende a cair, gerando consequências negativas para o crescimento econômico”, destaca o Dieese, que também ressalta os efeitos na renda média do brasileiro e no poder de compra dos trabalhadores.
Menor reajuste impacta economia e sociedade
Embora o novo valor do salário mínimo inclua aumento real acima da inflação, as mudanças nas regras podem gerar uma desaceleração no consumo e uma pressão negativa na economia, afetando diretamente milhões de brasileiros que dependem desse valor como base para sua renda.
Veja Também: Câmara aprova proposta de corte de gastos e revoga volta do DPVAT