Corregedoria conclui inquérito e indicia soldado
PM indiciado por tentativa de homicídio: A Corregedoria da Polícia Militar (PM) encerrou o inquérito policial e indiciou o soldado Luan Felipe Alves Pereira por tentativa de homicídio, após ele ser identificado como o responsável por arremessar um homem de uma ponte no dia 2 de dezembro, em São Paulo. O policial foi preso no dia 5 de dezembro, por ordem da Justiça Militar, e atualmente está detido no Presídio Romão Gomes.
A investigação contou com o apoio de imagens capturadas pelas câmeras corporais usadas pelos policiais durante a ação, o que permitiu esclarecer a dinâmica do caso. Além de Luan, outros seis policiais foram indiciados: um por lesão corporal, um por peculato culposo e quatro por prevaricação. O inquérito foi encaminhado para a Justiça Militar, que decidirá os próximos passos, enquanto o Ministério Público avalia a denúncia.
Omissão no relatório interno da PM
O caso gerou grande repercussão após a divulgação de vídeos que mostravam o momento em que o homem, identificado como Marcelo Barbosa Amaral, de 25 anos, foi arremessado da ponte. Segundo informações do relatório interno da PM, os agentes inicialmente omitiram o ocorrido.
Os policiais relataram que perseguiam suspeitos em motos em direção a um baile funk, mas o fluxo se dispersou com a presença da polícia. Durante a ação, um homem foi ferido por disparo de arma de fogo. O registro dessa ocorrência teria sido “dispensado” no 26º Distrito Policial (Sacomã), segundo os policiais. Contudo, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que a ocorrência não foi apresentada à Polícia Civil.
A formalização do caso ocorreu apenas após o comando do 3º Batalhão da Polícia Militar ter acesso ao vídeo gravado com celular, no qual um soldado da Ronda com Motocicletas (Rocam) aparece jogando o homem da ponte. Com a repercussão, a Polícia Civil também abriu um inquérito por meio da Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco).
Marcelo Barbosa sobreviveu à violência
Apesar da gravidade da situação, Marcelo Barbosa sobreviveu ao ataque e foi visto caminhando após ser arremessado da ponte, ainda que gravemente ferido. Segundo testemunhas, ele deixou o local por conta própria. Amigos e familiares revelaram que Marcelo abandonou sua casa no bairro de Americanópolis, na zona sul de São Paulo, temendo represálias.
De acordo com vizinhos, desde o episódio, homens armados que se apresentam como policiais, mas sem farda, visitam frequentemente a rua onde Marcelo residia. O medo de retaliações continua a assombrar a comunidade local.
Encontro antes de depoimento
Um fato adicional que chamou a atenção foi a reunião registrada em vídeo no dia 3 de dezembro, quando policiais envolvidos no caso discutiram a ocorrência com advogados em frente à Corregedoria da PM, no centro de São Paulo. Nas imagens, é possível ver quatro policiais e três advogados na calçada, com um dos agentes descrevendo a perseguição que culminou no ato violento.
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