Dólar dispara e bate recorde histórico no Brasil
Dólar bate recorde, Fed reduz juros: Nesta quarta-feira (18), o dólar alcançou um novo patamar recorde frente ao real, encerrando o dia cotado a R$ 6,267, marcando a maior alta desde a criação do Plano Real, em 1994. A moeda americana registrou uma valorização de 2,78%, atingindo uma máxima de R$ 6,27 e mínima de R$ 6,09 durante o pregão.
O avanço reflete a incerteza do mercado sobre a aprovação do pacote fiscal do governo pelo Congresso e o impacto da decisão do Federal Reserve (Fed) de reduzir a taxa de juros nos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual.
Ibovespa recua com aversão ao risco
O clima de aversão ao risco também afetou o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, que fechou em queda de 3,15%, aos 120.771 pontos. Esse foi o pior desempenho desde junho do ano passado, evidenciando a cautela dos investidores com a situação fiscal do país e o cenário externo.
Segundo analistas, o mercado continua pressionado pelas incertezas em torno da aprovação de medidas de contenção de gastos no Brasil, mesmo após a Câmara dos Deputados ter aprovado o texto-base de um dos projetos do pacote fiscal.
Cenário nacional: Medidas fiscais no centro das atenções
No Brasil, o avanço do pacote fiscal segue como o principal foco do mercado. Na véspera, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base de um projeto relacionado às novas medidas fiscais. No entanto, outras duas propostas ainda precisam ser analisadas pelos parlamentares, o que mantém a incerteza quanto à consolidação do pacote até o final do ano.
Segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), os dois projetos restantes — um projeto de lei e uma emenda constitucional — devem ser discutidos ainda nesta quarta-feira. O temor dos investidores é que os textos possam ser desidratados no processo ou não aprovados a tempo, o que resultaria em pressão contínua sobre os ativos brasileiros.
Além disso, o Banco Central optou por não realizar intervenções no câmbio nesta sessão, após quatro pregões consecutivos vendendo mais de US$ 12,75 bilhões em leilões extraordinários para conter a desvalorização do real.
Fed reduz juros e sinaliza mudanças para 2025
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve anunciou um novo corte de 0,25 ponto percentual nas taxas de juros, levando os níveis para a faixa de 4,25% a 4,5%. Este foi o terceiro corte consecutivo, dando continuidade ao ciclo iniciado em setembro.
Apesar da decisão já estar precificada pelo mercado, o Fed indicou que o ritmo de cortes deve diminuir nos próximos anos. “A expectativa é que o ciclo termine com juros entre 3,75% a 4,00% a.a., com o último corte previsto para 2025”, afirmou Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.
O comunicado ressaltou que os próximos passos dependerão dos dados econômicos e do balanço de riscos, destacando que o cenário inflacionário nos EUA ainda exige atenção.
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