Estratégia para Pressionar o Exército
Bolsonaro Sabia sobre carta golpista: O relatório da Polícia Federal (PF), divulgado nesta terça-feira (26), revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha conhecimento de uma carta com teor golpista assinada por oficiais do Exército. O documento foi elaborado como parte de uma estratégia para incitar os militares e pressionar o Comando do Exército a aderir a uma tentativa de ruptura institucional após as eleições de 2022.
Evidências no Relatório da PF
Mensagens Comprometedoras
Segundo o relatório da PF, trocas de mensagens entre os envolvidos indicam que Bolsonaro estava ciente da existência e da disseminação da carta. Um dos trechos destaca:
“As trocas de mensagens evidenciam que a confecção e disseminação da Carta com teor golpista, assinada por oficiais do Exército, era de conhecimento e anuência do então presidente da República Jair Bolsonaro, sendo uma estratégia para incitar os militares e pressionar o Comando do Exército a aderir à ruptura institucional.”
O documento também revelou que Sérgio Cavaliere, ao prestar depoimento à PF, confirmou que o termo “01”, usado em mensagens, era uma referência ao ex-presidente. Ele afirmou que, ao perguntar se “01 sabe disso?”, estava se referindo ao conhecimento de Bolsonaro sobre a carta aberta.
Intenção de Mobilizar o Exército
A carta tinha como objetivo aumentar a tensão dentro das Forças Armadas e convencer os comandantes a apoiarem a ruptura institucional. Essa tentativa de golpe buscava deslegitimar o processo eleitoral e evitar a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Os oficiais envolvidos argumentavam que o apoio do Exército era essencial para garantir o sucesso do movimento, e a carta foi uma ferramenta para tentar influenciar a hierarquia militar.
Impacto e Próximos Passos
Investigações em Andamento
A revelação sobre o envolvimento de Bolsonaro no conhecimento da carta golpista pode intensificar as investigações em curso. O relatório da PF também será utilizado como base para novos desdobramentos judiciais envolvendo o ex-presidente e os oficiais implicados no planejamento da tentativa de golpe.
O caso reforça a gravidade das ações articuladas no período pós-eleitoral e a necessidade de responsabilização dos envolvidos na tentativa de abalar as instituições democráticas no Brasil.
Veja Também: Bolsonaro recusou pedido de general para substituição de ministro pró-golpe, aponta PF