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sexta-feira, novembro 15, 2024

Justiça no Caso Marielle Franco: Ronnie Lessa Pega 78 Anos de Prisão, Élcio de Queiroz 59 Anos

Sentença no Caso Marielle

Condenação Caso Marielle Franco: O julgamento histórico que começou na quarta-feira (30) concluiu com sentenças severas contra os envolvidos. Os ex-sargentos da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, foram condenados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 14 de março de 2018, na região central do Rio de Janeiro. Após mais de seis anos de investigações e debates públicos intensos, a Justiça finalmente decretou suas penas.

Ronnie Lessa recebeu uma sentença de 78 anos e 9 meses de prisão, enquanto Élcio de Queiroz foi condenado a 59 anos e 8 meses. Além das sentenças, eles foram condenados a pagar pensão ao filho de Anderson Gomes até que ele complete 24 anos. Os réus também deverão pagar uma indenização de R$ 706 mil por dano moral para cada uma das vítimas: Arthur Gomes, Ágatha Arnaus, Luyara Franco, Mônica Benício e Marinete Silva.

A juíza Lúcia Glioche proferiu as sentenças e manteve a prisão preventiva dos réus, negando a possibilidade de recurso em liberdade. “A Justiça chega mesmo para aqueles que, como os acusados, acham que jamais serão atingidos por ela”, afirmou a juíza.

Motivações e Detalhes do Crime

Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram acusados de duplo homicídio triplamente qualificado, além de tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, assessora e única sobrevivente do atentado. O júri popular reconheceu a premeditação e a brutalidade do crime, que envolveu uma emboscada e a intenção de não deixar testemunhas.

Lessa e Queiroz participaram do julgamento por videoconferência, com Lessa detido no Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo, e Queiroz na Papuda, em Brasília.

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Promotoria e Defesa

Durante o segundo dia de julgamento, o promotor Eduardo Martins enfatizou que Lessa pretendia eliminar todas as testemunhas, destacando a possibilidade de queima de arquivo. O promotor apresentou imagens do carro de Marielle e detalhou as buscas feitas por Lessa na internet antes do crime.

A defesa de Ronnie Lessa, representada por Saulo Carvalho, pediu uma condenação justa, ressaltando que a colaboração de seu cliente foi crucial para o avanço das investigações. Por outro lado, a advogada de Élcio Queiroz argumentou que seu cliente não sabia que Marielle seria a vítima até momentos antes do crime e pediu uma pena mais branda, considerando a menor participação dele.

Depoimentos e Revelações

Fernanda Chaves, sobrevivente do atentado, relatou os eventos daquela noite e foi a primeira testemunha a depor. Ela descreveu como o carro foi alvejado e afirmou que Marielle ficou imóvel após ser atingida. Outras testemunhas incluíram Marinete Silva, mãe de Marielle, e Mônica Benício, sua viúva.

Os réus também prestaram depoimentos, com Lessa revelando que aceitou executar o crime por uma oferta de R$ 25 milhões. Élcio, por sua vez, detalhou como percebeu que se tratava de um homicídio apenas durante a execução.

Relembre o Caso

O crime aconteceu em 14 de março de 2018, quando Lessa disparou 13 tiros contra o carro de Marielle, matando-a e o motorista. Élcio dirigiu o veículo usado na emboscada. O caso revelou disputas envolvendo milícias e poder no Rio, levando a uma investigação que identificou novos suspeitos como mandantes, incluindo figuras influentes.

Em março de 2024, outros três suspeitos foram presos: Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa, ligados a motivações financeiras e disputas de terra. Lessa, em delação premiada, confirmou a participação de milicianos e detalhou o esquema.

Veja também: Polícia Venezuelana Publica Imagem de Lula com Bandeira do Brasil em Meio a Crise Diplomática

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