PT adota postura conciliatória para manter relação diplomática com o governo de Maduro, buscando evitar maior crise entre Brasil e Venezuela
Contexto da Tensão e Convocação Diplomática
A relação entre Brasil e Venezuela tem se mantido tensa desde que o governo brasileiro vetou a participação da Venezuela nos Brics, ação que Maduro considerou desproporcional. Na última terça-feira, o assessor Celso Amorim declarou na Câmara que a situação de “mal-estar” entre os países é decorrente de reações “desproporcionais” por parte da Venezuela. Em resposta, o embaixador da Venezuela no Brasil, Manel Vadell, foi chamado para consultas, enquanto o governo brasileiro optou por não responder oficialmente.
Ala do PT e o Foro de São Paulo
Parte da influência que evita uma ruptura entre os países advém do apoio de uma ala do PT ao governo de Maduro, fortalecida pela recente assinatura de uma resolução do Foro de São Paulo, que reconheceu a vitória de Maduro nas últimas eleições venezuelanas. A manutenção das relações com a Venezuela reflete o posicionamento histórico de setores do partido, que mantêm uma política de não intervenção e apoio aos processos políticos na América Latina.
Declarações Oficiais e Expectativas Futuras
Até o momento, o Planalto e o Itamaraty não têm comentado abertamente as declarações de Maduro, mantendo uma postura de neutralidade e evitando respostas que poderiam aumentar a crise. Observadores indicam que essa postura do governo Lula busca equilibrar as pressões internas do partido e evitar conflitos maiores na região, apesar das críticas diretas ao assessor Celso Amorim.