Seca severa atinge Benjamin Constant
Seca no Solimões isola Benjamin Constant: A cidade de Benjamin Constant, no sudoeste do Amazonas, está enfrentando a pior seca já registrada na região. Com mais de 44 mil habitantes, a cidade está praticamente isolada devido ao baixo nível do Rio Solimões, que impede a navegação em muitos trechos. Para tentar contornar a situação, ribeirinhos estão usando enxadas para abrir canais que permitam a passagem de pequenas embarcações.
População isolada e preços disparando
A seca, que começou antes do esperado, já isolou mais de 3.700 pessoas. O bloqueio da principal via fluvial, causada por bancos de areia, está impedindo o transporte de mercadorias e alimentos, resultando em um aumento significativo nos preços. O arroz, que costumava custar R$ 5, agora está R$ 7, enquanto o óleo subiu de R$ 7 para R$ 8.
A cidade depende quase exclusivamente dos rios para transporte e abastecimento, e a interrupção do tráfego fluvial está afetando duramente os moradores. Além disso, a seca tem causado o encarecimento de passagens de barco, dificultando ainda mais a vida dos habitantes.
Situação crítica no Rio Solimões
O Rio Solimões está enfrentando a pior seca dos últimos 42 anos. A principal passagem que conecta Benjamin Constant a outras cidades, como Tabatinga, está bloqueada, e outro canal navegável do rio também está prestes a secar completamente. Caso isso aconteça, Benjamin Constant ficará completamente isolada de Tabatinga, a cidade mais próxima com uma economia funcional.
Segundo a Defesa Civil do Amazonas, o nível do rio em Tabatinga chegou a -1,71 metros na última semana, acendendo um alerta sobre a crise ambiental que a região enfrenta. Sem transporte fluvial, a população local, composta majoritariamente por agricultores e pescadores, está enfrentando uma crise sem precedentes.
Comunidades ribeirinhas afetadas
Mais de um terço da população de Benjamin Constant está diretamente impactada pela estiagem. Em uma das 26 comunidades isoladas, a prefeitura está perfurando poços artesianos para garantir o abastecimento de água, uma vez que o fornecimento via rios foi interrompido. O presidente da comunidade pesqueira local, Odinei Barbosa, relatou a dificuldade de transportar materiais para a perfuração do poço, afirmando que precisou percorrer mais de três quilômetros de um rio seco para garantir a continuidade do projeto.
A situação crítica coloca em risco a vida de milhares de ribeirinhos que dependem do rio para sobreviver, e a expectativa é de que a seca continue a afetar a região nos próximos meses.
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