Presidente Confirma Avanço em Negociações com Mineradoras Sobre Tragédia de 2015
Lula anuncia novo acordo para Mariana em outubro: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira (5) que um novo acordo de reparação para o desastre causado pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana (MG), será firmado até outubro deste ano. A tragédia, ocorrida em 2015, causou a morte de 19 pessoas e devastou a Bacia do Rio Doce, afetando Minas Gerais e o Espírito Santo. As empresas responsáveis, Vale e a britânica BHP Billiton, ainda estão em negociação com o governo para finalizar os termos da reparação.
Declarações de Lula e Criticas à Vale
Durante entrevista à Rádio Vitoriosa, em Uberlândia, Lula criticou a demora para a conclusão de um acordo: “Isso se arrasta há dez anos. A Vale tem que cumprir suas responsabilidades. Agora, com a nova direção da empresa, espero que haja mais cuidado com o desenvolvimento da Vale e que essa situação seja resolvida até o começo de outubro. Queremos usar esses recursos para reparar os danos e cuidar do povo”, afirmou o presidente.
A Vale, que passou por mudanças na sua gestão, foi alvo de críticas do presidente, que destacou a necessidade de a empresa se comprometer mais com o desenvolvimento e a responsabilidade social, em vez de focar apenas em vendas de ativos.
O Maior Desastre Ambiental da Mineração no Brasil
O rompimento da barragem da Samarco, ocorrido em 5 de novembro de 2015, liberou 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério, causando a morte de 19 pessoas e uma destruição sem precedentes ao longo da Bacia do Rio Doce. A lama tóxica atingiu comunidades e afetou o meio ambiente até a foz do Rio Doce, no Espírito Santo.
Para lidar com os danos, foi assinado um Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) em 2016, entre o governo federal, os estados afetados, a Samarco, Vale e BHP Billiton. A partir disso, a Fundação Renova foi criada para gerir os mais de 40 programas de recuperação, com as três mineradoras responsáveis pelos custos.
Nova Etapa nas Negociações
O objetivo atual das negociações é chegar a um novo acordo que resolva mais de 80 mil processos judiciais pendentes, muitos dos quais questionam a eficácia da Fundação Renova. Entre as principais críticas estão os atrasos nas indenizações, a reconstrução das comunidades destruídas e a falta de reconhecimento de todas as vítimas.
No início de maio, uma proposta de R$ 90 bilhões para a reparação integral dos danos foi rejeitada pelo governo federal e pelo Espírito Santo, sendo considerada insuficiente. As autoridades defendem que o valor de reparação deve girar em torno de R$ 109 bilhões.
Reações e Demandas do Movimento dos Atingidos
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) criticou a proposta das mineradoras e enviou uma carta aberta ao presidente Lula, solicitando a rejeição da oferta e reivindicando uma solução que considere as vítimas como prioridade. O movimento argumenta que o valor sugerido pelas empresas, cerca de R$ 100 bilhões, não é suficiente para reparar todos os danos, destacando que um acordo justo deveria ser de pelo menos R$ 500 bilhões, considerando casos como o de Brumadinho, outro desastre envolvendo a Vale em 2019.
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