Grupo Terrorista emite nova ordem após resgate em junho que resultou na morte de 270 palestinos
Hamas ameaça matar reféns se Israel avançar: O grupo terrorista Hamas anunciou nesta segunda-feira (2) uma nova orientação para os guardas responsáveis pelos reféns israelenses mantidos na Faixa de Gaza. A ordem é clara: matar os reféns caso o Exército de Israel se aproxime de qualquer um dos esconderijos.
Declaração Ameaçadora do Hamas
Abu Obaida, porta-voz das Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas, declarou: “Dizemos a todos de forma clara que novas instruções foram emitidas aos combatentes encarregados de guardar os prisioneiros sobre como lidar com eles caso o exército de ocupação se aproxime do local onde estão sendo mantidos. A insistência de Netanyahu em libertar os prisioneiros por meio de pressão militar, em vez de firmar um acordo, significará o retorno deles a suas famílias em caixões”.
Essa nova orientação foi emitida após o resgate de quatro reféns israelenses em Nuseirat, na faixa central de Gaza, em junho, uma operação que resultou na morte de 270 palestinos. O anúncio surge um dia após as Forças de Defesa de Israel (FDI) terem recuperado os corpos de seis reféns israelenses em Rafah, que, segundo autópsias, foram mortos entre 48 e 72 horas antes de serem encontrados.
Hamas Culpabiliza Netanyahu pela Morte dos Reféns
No comunicado, Abu Obaida acusou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pela morte dos reféns, alegando que o governo israelense “matou dezenas deles por meio de bombardeios aéreos diretos”. A descoberta dos corpos dos reféns gerou uma onda de protestos em Israel, aumentando a pressão sobre Netanyahu em meio às negociações por um cessar-fogo na Faixa de Gaza, conflito que Israel trava contra o Hamas desde outubro de 2023.
Resposta de Netanyahu e Pressão Internacional
Nesta segunda-feira (2), Netanyahu pediu “perdão” por não ter conseguido salvar os reféns encontrados mortos e afirmou que o Hamas “pagará um preço muito alto” pelas mortes. Em uma rara coletiva de imprensa, ele declarou: “Peço perdão por não tê-los trazido vivos. Estivemos perto, mas não conseguimos”. Netanyahu também reiterou sua posição de não retirar as tropas de Israel do Corredor Filadélfia, na fronteira entre Gaza e Egito, que ele considera essencial para a segurança de Israel.
A pressão interna e internacional sobre o governo israelense para alcançar um acordo pela libertação dos reféns aumentou consideravelmente após a descoberta dos corpos. Protestos ocorreram em todo o país, e a confederação sindical Histadrut convocou uma greve nesta segunda. A pressão externa também veio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que criticou Netanyahu, afirmando que ele “não está fazendo o suficiente” para garantir um acordo com o Hamas para a libertação dos reféns.
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