A Necessidade de Maior Repasse para Infraestrutura
Investimento Contra Seca na Amazônia: Para corrigir os gargalos logísticos e oferecer segurança às indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM), Rocha defende um repasse anual mínimo de 2,5% do PIB do Amazonas, equivalente a R$ 4 bilhões. Atualmente, o investimento em infraestrutura local é de apenas 0,22% do PIB de 2023, ou R$ 352 milhões.
A Seca e Seus Impactos na Região
Marcelo Thomé, vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia, alerta sobre a nova seca na Amazônia. “Estamos em junho, apenas no começo da vazante, e os rios já baixaram muito. Até outubro, novembro, isso pode ficar tão grave, senão mais grave que a situação do ano passado. Isto é terrível para a vida, para o bioma e para a economia na região,” destaca.
Thomé enfatiza a necessidade de investir em infraestrutura para melhorar hidrovias e expandir outros modais logísticos de forma sustentável. “As federações de indústrias dos estados da Amazônia estão preocupadas e mobilizam o setor, com apoio da CNI, para enfrentar essa realidade,” afirma.
Ações Governamentais para Mitigar os Efeitos da Seca
Na última quarta-feira (19/6), o governo Lula (PT) anunciou um investimento de R$ 500 milhões para combater a seca na região Norte do Brasil. Este valor é quase quatro vezes maior que o empenhado no ano passado, que foi de R$ 150 milhões em medidas emergenciais. O governo, através do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), assinou editais para serviços de dragagem em quatro trechos dos rios Amazonas e Solimões, garantindo trabalhos para os próximos cinco anos.
Além disso, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) apresentou uma série de medidas para construção, operação e restauração da infraestrutura aquaviária do Amazonas. Essas ações são coordenadas pela Diretoria de Infraestrutura Aquaviária (DAQ) e incluem:
- Programa de Instalações Portuárias (Priop)
- Plano de Monitoramento Hidroviário (PMH)
- Plano Anual de Dragagem de Manutenção Aquaviária (PADMA)
- Programa de Eclusas (Proeclusa)
- Programa Nacional de Sinalização Aquaviária (Prosinaqua)
Críticas aos Planos Atuais
Marcos Castro de Lima, professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), critica os planos atuais dos governos estadual, municipal e federal para prevenir os impactos da seca. Segundo Lima, as medidas são “paliativas” e não há um plano estrutural para o abastecimento das cidades mais isoladas. “É preciso construir portos sazonais e abrir estradas prévias para escoar produtos e abastecer essas comunidades,” afirma.
Lima também destaca que a culpa não deve ser atribuída à natureza, mas sim à governança pública. A seca causa desabastecimento e aumenta o risco de incêndios, problemas que poderiam ser mitigados com melhor planejamento.
Impacto Socioambiental e Econômico
O professor Rogério Ribeiro Marinho, da Ufam, explica que a seca afeta diretamente a Zona Franca de Manaus, impactando o transporte de insumos e a economia local. A falta de água potável e o surgimento de focos de incêndio são preocupações adicionais durante a seca. Muitas cidades em situação de semi-isolamento correm o risco de desabastecimento de insumos essenciais.
A seca também causa um aumento dos preços devido à dificuldade de transporte, exacerbando os problemas socioeconômicos na região. Em 2023, Manaus enfrentou uma das piores secas de sua história, com o Rio Negro registrando níveis baixos recordes, intensificados pelo fenômeno climático El Niño.
Recuperação e Futuro
Em 2024, o Rio Negro começou a recuperar seu volume de água, marcando 26,83 metros atualmente. No entanto, para evitar futuras crises, é essencial um planejamento estratégico robusto e investimentos contínuos em infraestrutura para garantir a segurança e o bem-estar da população amazônica.
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