Notificação e Resposta da Prefeitura
A prefeitura de São Paulo respondeu que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) fornece Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) aos agentes e que a demanda do sindicato está em análise. Em nota divulgada em 20 de junho, a prefeitura confirmou o cercamento de um trecho das ruas na Cracolândia para melhorar as condições de trabalho e garantir a segurança dos agentes. No entanto, negou que a instalação das grades tenha relação direta com a notificação do sindicato.
CPI da Epidemia do Crack
A situação na Cracolândia foi amplamente discutida na CPI da Epidemia do Crack na Assembleia Legislativa de São Paulo em 2023. Autoridades, incluindo médicos e forças de segurança, compartilharam suas perspectivas sobre o problema.
Ronaldo Sayeg, Delegado de Polícia e Diretor do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (DENARC), destacou que a Cracolândia é um problema complexo que vai além da segurança pública. “O maior equívoco é achar que a Cracolândia é só um problema de polícia. É um problema mais amplo, não é só de segurança pública e nós temos que atuar naquilo que nos pertine no enfrentamento ao tráfico de drogas,” afirmou Sayeg.
Vulnerabilidade dos Agentes
Maria Angélica, psicóloga e redutora de danos, enfatizou que a questão da Cracolândia deve ser tratada como um problema de saúde pública. “A questão relacionada à Cracolândia é tão nítida que é de saúde pública, que os próprios guardas que atuam no território estão sofrendo das mesmas vulnerabilidades das pessoas em situação de vulnerabilidade,” destacou Angélica em entrevista à CNN.
Exposição Biológica e Condições de Trabalho
No documento enviado à prefeitura, o sindicato explicou que os guardas civis acompanham as atividades de limpeza das ruas da Cracolândia e, mesmo usando EPIs, enfrentam grande exposição biológica. Desde a elaboração do relatório em 12 de junho, pelo menos mais um guarda contraiu uma doença. O sindicato sugere que o trabalho na região da Cracolândia seja classificado como insalubre, visto que atualmente os guardas municipais recebem apenas o adicional de periculosidade. Em resposta, a prefeitura informou que, conforme a legislação vigente, o adicional de insalubridade não pode ser acumulado com o adicional de periculosidade.
Posicionamento da Prefeitura de SP
Em nota, a prefeitura esclareceu: “A Secretaria Municipal de Gestão, por meio de sua Coordenadoria de Gestão de Saúde do Servidor – COGESS e Assessoria de Relações do Trabalho – ART, recebeu neste mês representantes do SINDGUARDAS-SP. Com relação às questões de saúde do servidor, a COGESS recebeu as demandas do sindicato, que estão sob análise da equipe técnica da coordenadoria.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana informa que os agentes da Guarda Civil Metropolitana envolvidos em atividades operacionais já recebem o adicional de periculosidade. Conforme a legislação vigente, o adicional de insalubridade não pode ser acumulado com o adicional de periculosidade.
A pasta também esclarece que a GCM assegura a disponibilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários para os agentes que atuam na referida região.”
Veja Também: Novo Surto na Índia; Escolas e Comércio Fecham Para Tentar Conter Novo Vírus Mortal