Prisões em Presidente Figueiredo
Mulheres Presas por Trabalho Escravo no AM; Duas mulheres, mãe e filha, foram presas sob suspeita de manter trabalhadores em condições análogas à escravidão em um sítio localizado em Presidente Figueiredo, interior do Amazonas. As prisões ocorreram na quarta-feira (19), durante a operação “Virtude”.
Investigação e Descobertas
A investigação teve início após a Delegacia Especializada em Crimes contra a Pessoa Idosa (DECCI) receber uma denúncia sobre um idoso em condições análogas à escravidão. Ao chegar ao local, a equipe de investigação constatou a veracidade da denúncia.
Condições dos Trabalhadores
O idoso de 63 anos relatou que a mulher de 54 anos exigia que ele realizasse todas as tarefas do sítio e cuidasse de mais de 150 animais, sem receber salário. Ele também mencionou que a suspeita tinha uma residência em Manaus, para onde viajava com frequência. Durante as investigações, foi revelado um empréstimo e uma transferência bancária de R$ 16 mil da conta do idoso para a conta da filha da suspeita. A jovem de 24 anos utilizou esse dinheiro para participar de um campeonato de jiu-jitsu na França.
Outro Trabalhador
Outra vítima, um homem de 57 anos, desempregado, aceitou trabalhar no sítio em dezembro de 2023, atraído pela promessa de um salário. Desde então, ele foi mantido em condições análogas à escravidão, sem receber o pagamento prometido. A suspeita alegava que ele tinha dívidas, incluindo um pavão perdido que ela avaliou em R$ 5 mil.
Ambiente e Saúde
Os trabalhadores dormiam em condições inadequadas, compartilhando o espaço com animais. Suas mãos e pés estavam machucados e calejados devido ao trabalho pesado diário, além de apresentarem visível debilidade física.
Documentação e Benefícios
O idoso não se lembrava quando a situação começou, mas documentos indicam que os abusos começaram em setembro de 2022, coincidindo com o início do recebimento de benefícios do INSS, fato desconhecido pela vítima.
Consequências Legais
As duas mulheres enfrentam várias acusações, incluindo:
- Redução à condição análoga à de escravo
- Supressão de documentos particulares
- Apropriação de bens ou rendimentos de pessoa idosa
- Discriminação, desdém, humilhação e menosprezo à pessoa idosa
- Furto mediante fraude ou abuso de confiança
Ambas as suspeitas permanecerão à disposição do Poder Judiciário.
Veja Também: Mãe e Filho Tornam-se Réus por Caso de Trabalho Análogo à Escravidão à 72 Anos