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sexta-feira, novembro 15, 2024

Mãe e Filho Tornam-se Réus por Caso de Trabalho Análogo à Escravidão à 72 Anos

Justiça Aceita Denúncia Contra Família Acusada de Manter Mulher em Condições Desumanas

Exploração por 72 Anos: Mãe e Filho Acusados; Uma história chocante de trabalho forçado veio à tona no Rio de Janeiro, onde uma empregada doméstica, Maria de Moura, trabalhou por 72 anos sem receber salário. Resgatada em março de 2022, aos 85 anos, ela vivia em condições desumanas, controlada até mesmo em suas visitas à própria família e com seu celular retido pelos patrões.

Réus na Justiça: Mãe e Filho Acusados de Crimes Graves

Esta semana, uma juíza aceitou a denúncia do Ministério Público Federal contra Yonne Mattos Maia e André Luiz Mattos Maia Neumann, mãe e filho que eram os empregadores de Maria de Moura. Agora, eles enfrentam acusações de trabalho análogo à escravidão, coação e apropriação indevida de cartão magnético, este último especialmente sério quando se trata de idosos vulneráveis.

Segundo a promotora Juliane Mombelli, este é um caso sem precedentes no Brasil, representando o mais longo período em que alguém foi mantido em condições análogas à escravidão. Mombelli lamenta: “Infelizmente é uma vida toda nessa condição”.

Condições Desumanas e Restrições à Liberdade

As condições em que Maria de Moura foi encontrada são estarrecedoras. Ela dormia em um sofá, sem lençóis ou travesseiros adequados, aos pés de sua empregadora. Sua jornada era exaustiva e seu trabalho, pesado, sobrecarregando-a física e emocionalmente. Sua liberdade era restringida, com limitações até mesmo em suas visitas familiares.

Desigualdade Disfarçada de Afeto

A defesa alega que Maria era tratada como parte da família, mas para as autoridades, essa afirmação é alarmante. O conceito de “quase da família” pode esconder uma realidade de exploração e degradação, levando a vítima a uma confusão sobre seus próprios direitos e situação.

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Consequências Devastadoras para a Vítima

Atualmente com 87 anos e quase cega, Maria Moura vive uma vida de isolamento e dependência, contrastando com as promessas de uma vida melhor que a levaram a morar com a família Mattos Maia décadas atrás. Agora, enquanto o processo corre na Justiça, ela recebe uma aposentadoria e apoio de sua irmã.

Este caso lamentável expõe não apenas a crueldade do trabalho escravo moderno, mas também as profundas raízes da desigualdade e do racismo em nossa sociedade. O Ministério Público Federal está determinado a buscar justiça e acabar com essa forma de exploração, que nega a humanidade e a dignidade de indivíduos como Maria de Moura.

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