Homenagens constantes preenchem o Memorial Necrópole Ecumênica
Legado de Pelé: Um Ano Após a Partida do Rei; Um ano após a partida de Pelé, o legado do Rei do Futebol continua a reverberar de forma intensa. Sepultado no Memorial Necrópole Ecumênica, o maior jogador de todos os tempos permanece vivo na memória de inúmeros admiradores. Desde a sua abertura, em maio deste ano, o mausoléu recebeu a visita de mais de 6.000 pessoas, que prestaram suas homenagens ao ídolo. Entre elas, Gláucia Fujikawa, de 68 anos, e Rosana do Nascimento, de 43.
Emoção e lembranças no mausoléu de Pelé
Ao adentrar no memorial, duas estátuas do Rei dão as boas-vindas aos visitantes. As paredes revestidas por fotos de torcedores na Vila Belmiro e o chão coberto por grama artificial criam um ambiente que remete à atmosfera dos estádios. Camisas das seleções brasileira e do Santos, bem como do Cosmos, clubes por onde o Rei passou, ocupam os cantos da sala. No centro, a cripta de Pelé, adornada com detalhes em ouro e uma imagem do céu no teto, refletindo o desejo do próprio Edson Arantes do Nascimento em sua homenagem póstuma.
“Ver tudo isso é uma mistura de emoções. Eu vi ele jogando e me apaixonei. Era muita emoção, mesmo com a TV em preto e branco. Você volta no tempo, é uma sensação única. É triste, mas estar aqui é diferente. É uma energia, uma paz muito grande”, partilha Gláucia, emocionada após sua visita.
Rosana, por sua vez, tem um laço pessoal com a história de Pelé. Ela recorda com carinho a figura do pai, que compartilhava com ela a paixão pelo futebol. “Ele era moreninho, baixinho, que nem o Pelé, e venceu na vida também”, lembra, enquanto visita o mausoléu, emocionada pelo seu próprio sobrenome, Nascimento.
Guardião de histórias e emoções
Alcyr dos Santos, de 56 anos, desempenha o papel de segurança do local. Formado em pedagogia, ele guarda consigo as inúmeras histórias e emoções presenciadas durante os sete meses em que trabalha próximo ao espaço de homenagem. “O memorial me traz uma sensação de paz, muita paz”, compartilha.
Entre as recordações, Alcyr menciona um visitante que veio de uma cidade do interior do Paraguai, trajando uma camisa metade do Santos e metade da seleção paraguaia. Emocionado, o rapaz se ajoelhou diante das estátuas do Rei e desabou em lágrimas, um exemplo do impacto que Pelé exerce sobre as pessoas.
O legado do Rei e o Santos FC
No ano que marcou a partida de Pelé, o Santos enfrentou o rebaixamento pela primeira vez em sua história. O clube, intrinsecamente ligado ao ídolo e à cidade, não escapou do olhar atento dos admiradores do Rei do Futebol.
“É um momento muito triste. No ano em que o Rei nos deixa, é simbólico. Começamos o ano enterrando o Pelé aqui na Vila e terminamos enterrando o Santos, com esse rebaixamento”, lamenta Cristiane Almeida, funcionária da loja oficial do clube.
“Uma má gestão, falta de comprometimento dos jogadores e eis o resultado, no ano do Rei. Ele não merecia isso, não merecia”, completa.
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