Prejuízos Causados pelas Mudanças Climáticas à Fotossíntese Vegetal
Amazônia em Risco: Aquecimento Global e Fotossíntese; As mudanças climáticas têm acarretado eventos extremos de calor que podem desencadear danos no processo de fotossíntese das plantas, especialmente nas florestas tropicais, notadamente na vastidão da Amazônia.
Um estudo recentemente publicado na prestigiada revista científica Nature expõe a proximidade inesperada do momento em que as plantas enfrentarão dificuldades respiratórias, desencadeando implicações graves em escala global. Esse desafio é particularmente alarmante no contexto da floresta brasileira, conforme apontam as descobertas do estudo.
Fotossíntese Comprometida e seus Efeitos na Floresta Amazônica
A comunidade científica já estava ciente de que, quando as folhas atingem determinada temperatura, seu mecanismo fotossintético começa a falhar. Isso tem como resultado a interrupção da capacidade da planta de sintetizar açúcares essenciais à sua sobrevivência, a partir da combinação de luz, dióxido de carbono e água.
Nesse cenário, a capacidade da floresta em absorver gás carbônico do ambiente é comprometida. Surge, então, a indagação crucial: até que ponto nos encontramos da iminência desse limite crítico?
Vulnerabilidade da Amazônia a Eventos Extremos de Calor
Em um cenário marcado por recordes de ondas de calor e consecutivos registros de meses cada vez mais quentes, o recente estudo expõe a possibilidade de que as copas das árvores das florestas tropicais estejam mais próximas do ponto crítico do que se supunha anteriormente. Isso apresenta mais um desafio alarmante proveniente das mudanças climáticas globais. O estudo é autoria de cientistas da Universidade de Chapman, situada na Califórnia, Estados Unidos.
De acordo com as estimativas de especialistas, as florestas tropicais são capazes de suportar um aumento de até quatro graus Celsius na temperatura média do ar antes de ocorrerem falhas no processo fotossintético e de se atingir um ponto de irreversibilidade. No entanto, os achados do novo estudo revelam que uma pequena proporção de folhas dessas florestas já não opera de maneira eficiente.
Metodologia Avançada para Avaliar o Impacto do Calor nas Plantas
Os cientistas conduziram uma análise abrangente, utilizando dados de diversas florestas tropicais distribuídas pelo globo, abarcando regiões como o Caribe, América Central, América do Sul, África, Austrália e sudeste da Ásia. Destaca-se a importância da metodologia empregada para determinar a temperatura das folhas nas copas das árvores. Foi empregado um sofisticado equipamento de geração de imagens térmicas, situado na Estação Espacial Internacional da NASA.
Gregory Goldsmith, professor associado da Escola de Ciência e Tecnologia de Chapman, ressaltou a façanha de observar a temperatura das florestas tropicais por meio de um instrumento orbital, a centenas de quilômetros da superfície terrestre e a uma velocidade considerável. Ele pontuou que tanto as medições manuais quanto as via satélite são indispensáveis para compreender as temperaturas desses ecossistemas.
A Amazônia em Perigo Iminente
Goldsmith alertou que a Amazônia já registra temperaturas levemente superiores às da floresta do Congo, colocando-a em maior vulnerabilidade. Ele destacou que, embora as florestas tropicais tenham enfrentado períodos de calor intenso no passado, a atual tendência de aumento de temperatura carece de precedentes.
Se os padrões de elevação térmica persistirem e as mudanças climáticas continuarem, há o risco de que ecossistemas inteiros pereçam. Tais constatações são de extrema relevância, sobretudo considerando o papel fundamental das florestas tropicais na regulação climática global e na abrigagem da biodiversidade terrestre.
Potencial de Preservação e Ações Necessárias
Joshua Fisher, co-autor do estudo, enfatizou que historicamente as pesquisas se concentravam na coleta de dados em pequena ou grande escala. O que faltava, porém, era uma maneira de coletar informações em pequena escala ao longo das regiões tropicais. Foi aí que o uso de satélites se tornou essencial para medir com alta resolução a temperatura das árvores.
Goldsmith concluiu enfatizando a urgência de preservar esses ecossistemas cruciais para a captura de carbono, a regulação hídrica e a manutenção da diversidade biológica. Diante dos desafios impostos pelo aquecimento global, ainda há a capacidade de proteger esses habitats vitais para o equilíbrio ambiental do nosso planeta.
Veja mais detalhes em: Como o aquecimento global afeta a ‘alimentação’ das plantas e qual é o risco para a Amazônia? (msn.com)
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